Timing do amor
Problema do amor é timing. Quando eu quero amor profundo, ele está para lero lero. Se eu vou de aventura, ele quer anel no dedo. Você sabe que é o cara, seu tamanho, tudo a ver; que delícia, agora vai. Ele olha a gata linda serena, sagaz, ideal de seu imaginário, e… não sente neca.
A culpa é do Tempo, dos tempos dissonantes de cada um. Você é dedicada, amantíssima, acaba de se separar de um cafajeste contumaz, tá doida pra sorrir, respirar, brincar… tropeça no último romântico. Vice versa e a coisa segue num desencontro de lascar. Por que santocristo?! Porque c’est la vie e pronto. Não adianta esperar por um milagre, não vai acontecer, quando ele finalmente assentar, ela estará desgastada pela espera; se rolar, fará da vida um transtorno que ele não merece, pois enquanto ela se vestia de princesa, ele levava na cabeça a tempestade. E agora que chegou, para ele, a calmaria, ela arrancou as sedas, se arrastou prum pântano vizinho, e se afundou até o pescoço. Quem insistir, repetirá o mito de Sísifo, levando pedras ao topo da montanha pra vê-las rolar morro abaixo. Impossível uma construção.
Sim, tem aqueles outros casos, históricos, Yoko e Lennon, Rainha Vitória e príncipe Albert, Zélia e Jorge Amado, os duques de Windsor, Rimbaud e Verlaine, Marco Antônio e Cleópatra.
É… às vezes dá certo.
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